[Semana das Divas Nacionais] Entrevista com a escritora Flávia Cunha


Hoje vamos conhecer um pouco mais sobre essa escritora que é apaixonada por cowboys e lobos. Saber um pouco sobre sua opinião do mercado editorial e as suas inspirações. Vem com a gente e conheça a Flávia Cunha.

1 - A partir de qual momento da sua vida você decidiu que queria ser uma escritora?

Então, não aconteceu de um dia eu decidir ser escritora. Acontece que eu gosto de ler desde muito cedo. Amava ler, era uma rata de biblioteca! Com doze anos comecei a ler os romances que minha mãe lia (Romances de banca, chamado de literatura de mulherzinha ou livro água com açúcar) e me apaixonei pelas histórias de amor cheias de clichês e finais felizes. Além disso, eu sempre gostei de escrever. Escrevia redações na escola. Escrevia poemas e pequenos contos. 
 
Mas posso dizer quando decidi escrever meu primeiro romance. Eu tinha dezessete anos quando escrevia a primeira história. Na época dei o nome de “Senhora do meu Coração”. Anos mais tarde publiquei essa história com um novo título: “Elisabeth”.


2 - Na sua opinião qual é a maior dificuldade do escritor para ser aceito no mercado editorial?

Sim, é difícil. Agora depende muito do que o autor espera. Eu de início enviei livros para algumas editoras. Recebi muitos nãos (isso é normal) e recebi algumas propostas que para mim não valiam a pena. Sou professora, tenho meu emprego, então eu escrevo porque eu gosto. Sou muito grata a Amazon porque consigo ganhar dinheiro com o que eu amo, mas eu comecei escrevendo no Orkut para um grupo de leitoras.
 
Muitos autores iniciantes acham que é assim: começou a escrever e vai encontrar uma editora maravilhosa, entrar no mercado editorial por cima, se tornar bestseller, estar nas vitrines das melhores livrarias e ganhar muito dinheiro. Num universo de milhares de escritores isso vai acontecer com poucos. Bem poucos.
 
Tenho pena, porque muitos gastam pequenas fortunas para realizar o sonho de ter o livro publicado por uma editora. Daí caem em golpes ou simplesmente se frustram, por ver que não é tão fácil e que nem tudo vale a pena.

3 - Sabemos que você é fã de cowboys, quem te inspira a escrever sobre eles?

Eu falei que sou leitora, antes de escrever eu já amava livros com cowboys!  Além de romances de banca, eu lia aqueles livrinhos de bolso de faroeste. Eu me inspiro em várias coisas, em músicas, em imagens, em reportagens... Não tem “uma” coisa que me inspire. São várias coisas, são situações, sentimentos e até sonhos.

4 - Muitos autores ao comentar sobre os seus livros falam que muitas das vezes os personagens falam por si só e acabam dando o rumo da sua própria história. Aconteceu de algum dos seus personagens agir dessa forma com você?

Totalmente. Tem histórias que os personagens conversam comigo, que acabam mudando o rumo da história. Assim como tem aqueles que eu realmente tenho mais dificuldades para escrever, porque eles demoram a me contar suas histórias. Adoro quando eles conversam comigo, me ajudam muito! Eu sonho com eles, às vezes sonho cenas inteiras de um livro... É algo um pouco assustador, confesso.

5 - Em seus livros, vimos que você criou a sua própria cidade fictícia: Springville. De onde veio essa inspiração?

Então, sou fã dos livros da Diana Palmer, que escreve sobre homens durões, cowboys e mercenários e ela criou a cidade fictícia de “Jacobsville" onde seus romances acontecem. Inspirei-me nela para criar a minha Springville e colocar meus cowboys — os irmãos Bennett — e seus amores! Hoje a família cresceu e tem até Lobos em Springville!

6 - Lendo alguns dos seus livros, vi que você faz muitas menções de outros personagens que já teve a sua própria história contada em outro livro seu. Conta pra gente, como você faz pra organizar o espaço-tempo das suas histórias?

Eu tenho uma planilha, um mapa da cidade e um caderno de anotações com características dos personagens. Estou fazendo uma linha do tempo em maior proporção para por na parede! Tenho que ter tudo anotado direitinho, primeiro porque eu odeio quando estou lendo séries e pego coisas que não fazem sentido ou fora do lugar, então em respeito aos meus leitores procuro ao máximo não cometer furos. Até porque os leitores acompanham e acredito que se tiver algo mal explicado ou fora do lugar eles vão acabar percebendo.

7 - Você gosta de escrever romances, você já teve vontade ou já escreveu sobre outro gênero?


Sim! Eu escrevi um livro infanto-juvenil “A Lista de Desejos de Gabriela” e um livro infantil “Aventuras e Travessuras”. Tenho mais dois livros infantis que já estão prontos e ganhando ilustrações. Tenho vontade de escrever um romance homossexual, que talvez saia em 2019 ou 2020.

8 - Qual autor que não pode faltar na sua estante?

Nora — Diva — Roberts!

9 - Você poderia nos contar alguma curiosidade sobre algum dos seus livros que as pessoas não conheça?

Vou contar uma curiosidade sobre meu último lançamento “Apostando no Amor”. Esse livro é o último de uma série chamada “Amor Eterno” e esta série tem início com um livro que escrevi adolescente ainda nos meus cadernos (eu contei que o primeiro foi Elisabeth). Só que dessa série de cinco livros eu escrevi nos meus cadernos apenas os três primeiros e pouca coisa do quarto livro. Então imagina escrever a última história hoje, com outra cabeça? Demorou muito tempo para eu conseguir encontrara inspiração para fechar essa série e foi então que surgiu a ideia fazer uma ligação da história e personagens com o universo da minha cidade fictícia “Springville”! E não é que deu certo? O livro ficou pronto e a série está completa!

10 - Qual dica você daria para as pessoas que estão começando agora na carreira de escritora?


Escreva. Não adianta ter a ideia e não explorar. Comece a escrever e trabalhe a sua história. Leia, pesquise, enriqueça sua história com detalhes e com sentimentos.
Divulgue. Você precisa conquistar leitores. Eu indicaria escrever pequenos contos e colocá-los na Amazon. Disponibilizar esses contos gratuitamente para as pessoas conhecerem o seu trabalho.
 Eu particularmente não curto o Wattpad, mas é uma opção para quem está começando.
Quero agradecer a Flávia por ter respondido com todo carinho essa entrevista. Muito obrigada!

Um comentário

  1. Que legal conhecer você melhor, querida. Sua vontade de escrever, dificuldades encontradas, criação dos personagens e a bela cidade dos nossos cowboys preferidos.
    Amei!

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